Justiça determina retirada de conteúdo por difamação contra médico de Caldas Novas 4s4m3h

Caldas Novas / 268

A defesa do médico alegou que as publicações tinham como objetivo não apenas atacar a honra do profissional, mas induzir o público ao erro, desinformando sobre técnicas reconhecidas na medicina

A Justiça de Caldas Novas determinou, nesta semana, a retirada de publicações consideradas difamatórias contra o médico clínico Edson José de Aleluia Júnior, que haviam sido divulgadas nas redes sociais pela ex-candidata a vereadora Roselayne Cruvinel (PSDB) e pelo portal de notícias Goiás24Horas. A decisão liminar, assinada pelo juiz André Igo de Carvalho, do 1º Juizado Cível e Criminal, estabelece o prazo de 48 horas para a exclusão dos conteúdos, sob pena de multa diária de R$ 500 em caso de descumprimento.

Segundo a decisão, as publicações distorciam os métodos clínicos adotados pelo médico no tratamento de uma criança com perda cutânea grave. As postagens, com forte tom crítico e sensacionalista, utilizavam expressões como “erro gritante”, “filme de terror” e “plastificou a ferida com embalagem de hospital”, associadas a imagens do procedimento, para sugerir um possível erro médico.

De acordo com os autos, o tratamento realizado pelo médico utilizou o chamado método de Figueiredo, técnica desenvolvida originalmente para tratar feridas provocadas por mordidas de piranha — que causam grande perda de tecido. O curativo especial com sutura e polipropileno tem respaldo técnico e foi adaptado à necessidade clínica do caso.

A defesa do médico alegou que as publicações tinham como objetivo não apenas atacar a honra do profissional, mas induzir o público ao erro, desinformando sobre técnicas reconhecidas na medicina e expondo, de forma indevida, tanto o paciente quanto o profissional de saúde. Também foi solicitado à Justiça que os réus sejam responsabilizados por danos morais, materiais e obrigados a emitir retratação pública. Esse mérito, no entanto, ainda será analisado pelo magistrado.

Procurado, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) informou, por meio de sua assessoria, que não deverá se manifestar sobre o caso neste momento.

A decisão reforça a necessidade de cautela na divulgação de informações técnicas nas redes sociais e no jornalismo, especialmente quando envolvem procedimentos médicos e saúde pública. A responsabilidade sobre o que se publica é, cada vez mais, ponto central nos debates sobre ética, comunicação e limites da liberdade de expressão.

com informações de Jornal Opção
Foto: Reprodução/TJGO